Ao Presidente Nacional do PT
Ao Diretório Nacional
A Secretaria Nacional de Cultura
A Bancada do PT no Congresso Nacional
À Presidência do PT
Os Museus no Brasil, desde o início do governo Lula, vêm ganhando destacada importância no cenário da cultura nacional, por meio de processos socioculturais colocados a favor da democracia e do desenvolvimento social. Comprometeram-se com ações em defesa da redução das injustiças e desigualdades sociais, combatendo preconceitos e assegurando, assim, a melhoria da qualidade de vida coletiva. Ao colocarem a memória e o patrimônio em favor das comunidades, em favor dos povos indígenas, dos povos de quilombo, dos movimentos sociais (LGBTT, MST e outros), favoreceram, sobremaneira, as diversas facetas do povo brasileiro. Pode-se afirmar que a regulamentação inédita deste setor, através da lei Federal 11.904 de 14 de janeiro de 2009 – regulamentada pelo decreto lei 8.124, somados à Política Nacional de Museus, permitiu o aperfeiçoamento do fazer museológico brasileiro.
Dentro de um governo democrático e popular, faz-se necessário o aprofundamento de práticas com vistas a incentivar o fortalecimento da memória e a afirmação dos museus enquanto instituições de primeira grandeza, dentro de uma perspectiva de transformação e de liberdade, conectados ao mundo contemporâneo, a fim de continuar a promover mudanças sociais.
No entanto, muito surpreende, a nós militantes do PT e trabalhadores da área museal, a escolha feita pelo Ministro Juca Ferreira para a Presidência do IBRAM. Profissional reconhecidamente ligado à política estadual de São Paulo e ao campo político do PSDB que é contra tudo aquilo que desenvolvemos democraticamente em 12 anos. O novo Presidente do IBRAM defende o sistema de gestão de organizações sociais, em que museus são terceirizados e instituições privadas são mantidas com o uso de verbas públicas.
Todos aqueles que lutaram e trabalharam pela construção de uma política pública para o setor não conseguem compreender como alguém identificado com um campo contrário aos avanços do setor, como os editais, os cursos de graduação, o Estatuto dos Museus, entre outros tantos, pode estar à frente do IBRAM? Como podemos aceitar que a nossa memória seja privatizada? Lutamos, sim, pelo aprofundamento das mudanças na área dos museus e não pelo retrocesso. Não aceitamos e não desejamos uma política elitista que não pensa o sujeito. Já dissemos, em alto e bom tom, basta à museologia tradicional e colonialista, o que fez com que esse movimento nos fizesse reconhecidos internacionalmente no campo museal.
Colocar como presidente do IBRAM alguém ligado à política do PSDB é um retrocesso. É contra tudo o que lutamos aguerridamente para que não fosse implementado neste país e que explicitamos nas urnas nas últimas eleições. Portanto, não é possível que entreguemos um setor primordial da cultura aos avanços neoliberais e colonialistas, representados no IBRAM pelo PSDB. Esse setor da cultura, não temos dúvidas, é o que mais aproxima o PT e o Governo Dilma da população, pois é construtor de identidades e contribui no fortalecimento de uma política comprometida com o povo, principalmente aquele mais desfavorecido e em situação de precariedade.
Pedimos aos nossos representantes que atentem para este momento, que é um momento delicado e simbólico de fortalecimentos dos avanços da gestão da Presidenta Dilma Rousseff e que reajam impedindo que o IBRAM seja dilacerado e sua missão comprometida, assim como está acontecendo, publicamente, com outras importantes instituições do governo.
Vamos continuar mobilizados até que sejamos ouvidos em nossas reivindicações, uma vez que não vamos desistir dos avanços e das conquistas históricas dos últimos 12 anos. É preciso devolver um futuro ao campo dos museus.
Militantes do PT trabalhadores em museus
Pró Núcleo Nacional de Museus, Memórias e Patrimônio
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